Ana
Angélica Galiza Nunes
Função: Engenheira/P&D
em Rádio Frequência (RFID)
Formação:
Engenharia de Telecomunicações (Faculdade do Noroeste de Minas –
FINOM – Paracatu/MG)
Meu contato com a
área de Saúde, Segurança e Meio Ambiente se deu através de minha família: minha
irmã é Enfermeira do Trabalho, minha mãe é técnica em enfermagem e meu pai é
soldador e ex-membro de CIPA.
Trabalho com tecnologia,
pesquisa e desenvolvimento em Telecomunicações e decidi associar meu
conhecimento as necessidades e desafios encontrados na Saúde, Segurança e Meio
Ambiente. Hoje curso pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho.
A
tecnologia RFID aplicada à Saúde, Segurança do Trabalho e Meio Ambiente
O RFID (Radio
Frequency Identification) ou Identificação por Rádio Frequência é uma
tecnologia que identifica etiquetas eletrônicas (tags) por meio de ondas de
rádio. Nesse processo, algumas informações são inseridas nas tags, as quais
podem ser lidas por portais eletrônicos ou leitores específicos sem a
necessidade de contato manual e visual de uma pessoa. Dessa forma, o RFID pode ser aplicado em
diversas situações: identificação de pessoas à distância, rastreamento de
ativos patrimoniais e rastreamento de animais, controle de tráfego de veículos
ou de inventário entre outros.
(a)
(b)
(a,
b) Etiquetas eletrônicas de RFID
(c)
Portal de identificação de etiquetas eletrônicas
(d)
Leitor RFID emitindo ondas de rádio
Seria possível
utilizar a Identificação por Rádio Frequência na Saúde, Segurança e Meio Ambiente?
Grandes empresas como
a Vale do Rio Doce, situada em Itabira, Minas Gerais, possui um projeto piloto
que utiliza o RFID em Segurança do Trabalho. O funcionário dessa empresa possui
um crachá contendo uma tag RFID com registro de informações da ASO (Atestado de
Saúde Ocupacional, o qual define se o funcionário está apto ou inapto para
desempenhar suas funções dentro da empresa) e da RAC (Requisitos para
Atividades Críticas, os quais são instruções de segurança para a execução de
atividade de riscos). Ao passar por um portal de identificação, o crachá do
funcionário é identificado automaticamente e de forma individual, o sistema lê
as informações de seu crachá e analisa o vencimento dos registros, por exemplo.
Conforme a notificação dos dados, providências podem ser tomadas pela equipe de
fiscalização. Esse tipo de tecnologia permite agilizar processos, controlar e
gerenciar os registros de saúde e segurança, além de manter sob controle a
exposição aos riscos na empresa.
Já a Boeing com sede
em Seattle, Estados Unidos, adotou o sistema RFID para localizar aqueles
funcionários que usam plataformas móveis para pintar seus aviões. Este tipo de
atividade envolve trabalho em altura e assim necessita de equipamentos de
seguranças adequados. Rastrear continuamente os funcionários, de uma forma
automática e eficiente, através da Identificação por Rádio Frequência,
preocupando-se com as políticas de seguranças, auxilia no cumprimento das NR 35
e NR6, nesse caso.
A Bombardier
Transportation, empresa da divisão de equipamentos ferroviários, situada em
Atlanta, Estados Unidos, possui alguns funcionários que trabalham em espaços
confinados e ao ar livre. A fim de reduzir os riscos de acidentes, essa empresa
propôs o uso de pulseiras com etiquetas eletrônicas a seus funcionários. Estes podem, por exemplo, aproximar suas
pulseiras aos leitores capazes de identificá-las, disponibilizando assim
informações e instruindo a realizarem uma atividade específica, o local e a
finalidade. Assim a NR6 e NR33 atuam em conjunto ao RFID.
Pulseira
RFID utilizada na Bombardier
No Brasil, o CPQD
(Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações), em Campinas, São
Paulo e a Coelce (Companhia Energética do Ceará), Ceará, criaram um sistema
RFID para identificar EPI´s e EPC’s de forma a garantir o cumprimento das NR6 e
NR10. Nesse projeto, um colete possui leitores RFID que identificam os
equipamentos de segurança usados pelo trabalhador e se são adequados à
atividade.
Conferência
de EPIs e EPCs para o trabalho de Campo – CPqD e Coelce
Na área ambiental, a
Sinctronics, em Sorocaba, São Paulo, empresa que recolhe materiais eletrônicos,
consegue otimizar a separação de componentes por meio da tecnologia RFID.
Impressoras que já possuem etiquetas eletrônicas de fábricas poderão ser
rastreadas, por exemplo, garantindo a adequação à Politica Nacional de Resíduos
Sólidos para descarte de eletroeletrônicos.
Por meio desse processo, resíduos são transformados em matéria-prima e
em peças novas, economizando energia e minimizando as emissões de carbono.
Centro
de Reciclagem Sinctronics
Por meio dos exemplos
acima, utilizar a tecnologia RFID na Saúde e Segurança do Trabalho, associadas
às normas regulamentadoras, facilita a fiscalização, auxilia no cumprimento de
prazos, diminui os riscos aos trabalhadores e ajuda no fornecimento adequado de
equipamentos de segurança. Vimos também que a utilização da Identificação por
Rádio Frequência aprimora a sustentabilidade, evidenciada na logística reversa,
a qual se utiliza de procedimentos que viabilizam a coleta, restituição,
reaproveitamente e destinação de resíduos sólidos.
Referências
Parabéns pelo trabalho desenvolvido. Sucessos em sua carreira profissional.
ResponderExcluirObrigada Arthur.
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