sexta-feira, 29 de maio de 2015

Colaborador do Mês (Maio 2015)

Ana Angélica Galiza Nunes
Função: Engenheira/P&D em Rádio Frequência (RFID)
Formação: Engenharia de Telecomunicações (Faculdade do Noroeste de Minas –
FINOM – Paracatu/MG)
Meu contato com a área de Saúde, Segurança e Meio Ambiente se deu através de minha família: minha irmã é Enfermeira do Trabalho, minha mãe é técnica em enfermagem e meu pai é soldador e ex-membro de CIPA.
Trabalho com tecnologia, pesquisa e desenvolvimento em Telecomunicações e decidi associar meu conhecimento as necessidades e desafios encontrados na Saúde, Segurança e Meio Ambiente. Hoje curso pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho.




A tecnologia RFID aplicada à Saúde, Segurança do Trabalho e Meio Ambiente

O RFID (Radio Frequency Identification) ou Identificação por Rádio Frequência é uma tecnologia que identifica etiquetas eletrônicas (tags) por meio de ondas de rádio. Nesse processo, algumas informações são inseridas nas tags, as quais podem ser lidas por portais eletrônicos ou leitores específicos sem a necessidade de contato manual e visual de uma pessoa.  Dessa forma, o RFID pode ser aplicado em diversas situações: identificação de pessoas à distância, rastreamento de ativos patrimoniais e rastreamento de animais, controle de tráfego de veículos ou de inventário entre outros.

(a)

(b)
(a, b) Etiquetas eletrônicas de RFID

(c) Portal de identificação de etiquetas eletrônicas

(d) Leitor RFID emitindo ondas de rádio

Seria possível utilizar a Identificação por Rádio Frequência na Saúde, Segurança e Meio Ambiente?
Grandes empresas como a Vale do Rio Doce, situada em Itabira, Minas Gerais, possui um projeto piloto que utiliza o RFID em Segurança do Trabalho. O funcionário dessa empresa possui um crachá contendo uma tag RFID com registro de informações da ASO (Atestado de Saúde Ocupacional, o qual define se o funcionário está apto ou inapto para desempenhar suas funções dentro da empresa) e da RAC (Requisitos para Atividades Críticas, os quais são instruções de segurança para a execução de atividade de riscos). Ao passar por um portal de identificação, o crachá do funcionário é identificado automaticamente e de forma individual, o sistema lê as informações de seu crachá e analisa o vencimento dos registros, por exemplo. Conforme a notificação dos dados, providências podem ser tomadas pela equipe de fiscalização. Esse tipo de tecnologia permite agilizar processos, controlar e gerenciar os registros de saúde e segurança, além de manter sob controle a exposição aos riscos na empresa. 
Já a Boeing com sede em Seattle, Estados Unidos, adotou o sistema RFID para localizar aqueles funcionários que usam plataformas móveis para pintar seus aviões. Este tipo de atividade envolve trabalho em altura e assim necessita de equipamentos de seguranças adequados. Rastrear continuamente os funcionários, de uma forma automática e eficiente, através da Identificação por Rádio Frequência, preocupando-se com as políticas de seguranças, auxilia no cumprimento das NR 35 e NR6, nesse caso.
A Bombardier Transportation, empresa da divisão de equipamentos ferroviários, situada em Atlanta, Estados Unidos, possui alguns funcionários que trabalham em espaços confinados e ao ar livre. A fim de reduzir os riscos de acidentes, essa empresa propôs o uso de pulseiras com etiquetas eletrônicas a seus funcionários.  Estes podem, por exemplo, aproximar suas pulseiras aos leitores capazes de identificá-las, disponibilizando assim informações e instruindo a realizarem uma atividade específica, o local e a finalidade. Assim a NR6 e NR33 atuam em conjunto ao RFID.

 Pulseira RFID utilizada na Bombardier

No Brasil, o CPQD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações), em Campinas, São Paulo e a Coelce (Companhia Energética do Ceará), Ceará, criaram um sistema RFID para identificar EPI´s e EPC’s de forma a garantir o cumprimento das NR6 e NR10. Nesse projeto, um colete possui leitores RFID que identificam os equipamentos de segurança usados pelo trabalhador e se são adequados à atividade.

Conferência de EPIs e EPCs para o trabalho de Campo – CPqD e Coelce

Na área ambiental, a Sinctronics, em Sorocaba, São Paulo, empresa que recolhe materiais eletrônicos, consegue otimizar a separação de componentes por meio da tecnologia RFID. Impressoras que já possuem etiquetas eletrônicas de fábricas poderão ser rastreadas, por exemplo, garantindo a adequação à Politica Nacional de Resíduos Sólidos para descarte de eletroeletrônicos.  Por meio desse processo, resíduos são transformados em matéria-prima e em peças novas, economizando energia e minimizando as emissões de carbono.

Centro de Reciclagem Sinctronics

Por meio dos exemplos acima, utilizar a tecnologia RFID na Saúde e Segurança do Trabalho, associadas às normas regulamentadoras, facilita a fiscalização, auxilia no cumprimento de prazos, diminui os riscos aos trabalhadores e ajuda no fornecimento adequado de equipamentos de segurança. Vimos também que a utilização da Identificação por Rádio Frequência aprimora a sustentabilidade, evidenciada na logística reversa, a qual se utiliza de procedimentos que viabilizam a coleta, restituição, reaproveitamente e destinação de resíduos sólidos.

Referências

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